terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Educador

                                    
Universidade do Estado da Bahia - UNEB
DCHT Campus XVI - Irecê
Docente: Fabrício
Discente: Jaisse Mendes de Souza
Curso: Licenciatura em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira

                                                 O Educador

1.0           O Educador

O educador é especialista em conhecimento, em aprendizagem. Como especialista, espera-se que ao longo dos anos aprenda a ser um profissional equilibrado, experiente, evoluído; que construa sua identidade pacientemente, equilibrando o intelectual, o emocional, o ético, o pedagógico.
 O educador é um ser complexo e ilimitado, mas sua postura pode contribuir para reforçar que vale a pena aprender, que a vida tem mais aspectos positivos que negativos, que o ser humano está evoluindo, que pode realizar-se cada vez mais. Pode ser luz no meio de visões derrotistas, negativistas, muito enraizadas em sociedades dependentes como a nossa.
Vejo hoje o educador como um orientador, um sinalizador de possibilidades onde ele também está envolvido, onde ele se coloca como um dos exemplos das contradições e da capacidade de superação que todos possuem.
O educador é um testemunho vivo de que podemos evoluir sempre, ano após ano, tornando-nos mais humanos, mostrando que vale a pena viver.

1.1   Professor X Educador

 È detentor e um saber que deve ser compartilhado com seus alunos. Para Menegolla existem professores e educadores e embora tenham a mesma profissão são pessoas distintas.

Ser professor é apenas uma função técnica, ser educador vai além.
O professor  trabalha voltando-se para o conteúdo, onde sua obrigação maior é "dar o programa".

Professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor.Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. O educador constrói, habita um mundo em que a interioridade faz uma diferença, em que as pessoas se definem por suas visões, paixões, esperanças e horizontes utópicos. O professor ao contrário, é funcionário de um mundo dominado pelo Estado e pelas empresas. 


1.2   Caracterizações

O verdadeiro professor é aquele que também sabe ouvir, observar, refletir e buscar algo sempre que necessário. Sabe como problematizar conteúdos e atividades, propor situações problemas, analisar “erros”, fazer perguntas oportunas, formular hipóteses, sistematizar conteúdos, disponibilizar informações, avaliar no processo. Adota como atitude profissional e instrumento do cotidiano o desenvolvimento da pesquisa para a (re) - construção do conhecimento, utilizando ou não as instrumentações eletrônicos. È mais pesquisador do que transmissor.
Ele perder o medo de usar a tecnologia e a vergonha de errar enquanto se aprende. È mais reflexivo do que memorizador. Enfrentar os imprevistos, as mudanças, as incertezas, saber viver e conviver, pressupõem novas capacidades para criar, criticar, questionar e aprender de forma mais significativa.

1.3           Tipos de Professores

Para Menegolla existem quatro tipos de professores, os quais ele define como: ensinador, disciplinador, de conteúdo e o educador. Para cada um deles ele faz uma definição a qual me parece, sempre ressalta o lado negativo e seu ensino.

1.3.1   O ensinador  
   

È aquele professor que se preocupa apenas com os conteúdos a serem aplicados. “ È aquele que apenas informa, que não valorizam o passado, sobrevive o presente e desacredita o futuro. Paulo Freire. ’’





1.3.2 O disciplinado

  Para o autor este é o profissional responsável 
por pegar os alunos pela orelha “os sapecas” e levá-los a presença da direção. Com sua autoridade tem a missão de educar. 


1.3.3    De Conteúdo

 Alguns professores, por medo ou por insegurança, acabam se tornando um professor preocupado apenas em cumpre seu planejamento, despejando em cima de seus alunos um amontoado de conteúdos que, para os alunos, não tem sentido. Os conteúdos são importantes, porem devem ser escolhidos e aplicados de maneira significativa pois, o ensino, a educação e a vida são elementos que não devem ser separados.

1.3.4    Educador

È aquele que ensina e aprende ao mesmo tempo, que doa-se, ama o próximo e promove o conhecimento e a ciência que torna a vida cada vez mais significativa.
O educadores, é aquele que acredita no potencial de aprendizagem pessoal de seus alunos, na capacidade de evoluir, de integrar sempre novas experiências e dimensões do cotidiano, ao mesmo tempo em que compreendem e aceitam os limites, o jeito de ser,e suas histórias pessoais.

1.4  Relação: Professor X Alunos    


 O ato educativo do verdadeiro educador só terá sentido se for imbuído de verdade. E não deve ser diferente na relação professor e alunos. Observamos que muitas vezes o aluno procura no professor um apoio, um porto seguro, alguém que lhe ensina lidar com seus problemas. Essa relação deve ser sempre de cumplicidade e troca de saberes. Como dizia Freire “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens educam entre se mediatizados pelo mundo.” Mas para que isso ocorra é preciso que haja um dialogo entre eles.

1.5           O Ato de Ensinar 

O verdadeiro educador ajuda seus educandos a fazerem suas vidas e a criarem consciência de suas existências. 

O professor educador ensina, mas seu ensino é profundo e esta imbuído de humanidade. O ato de ensinar é um ato de paternidade. Nele o professor engendra as mentes e a história.
Nisto reside a dignidade do professor: a de lidar com algo digno, isto é, aquela parte do ser humano pela qual este se distingue do resto do universo. Na mente racional e livre-pensadora, os iluministas fazem consistir a dignidade do homem, sujeita dos direitos de igualdade, liberdade e fraternidade cosmopolita.

1.6           O lúdico e o processo de ensino  e aprendizagem

O processo de ensino deve ser levado a serio pelo professo e pelos alunos, pois é através dele que se constroem vidas.
O professor que brinca com a educação e com os valores éticos da escola não está apto para educar. O educador é fé, esperança e amor, humildade e sabedoria. Sua alegria interior não é mentira, é força vivificadora que o torna disponível e compromissado ao mesmo tempo.
 
1.7           A pessoalidade do educador

Segundo Menegolla o educador não se permite aceitar situações, idéias, fatos, que deformem a educação da pessoa, porque o educador é o grande conhecedor da educação, da pessoa humana em todas as suas dimensões sociais e culturais.
O professor por mais que queira se desvincular da educação, não consegue pois o educando não esta apenas a sua frente na sala de aula, mas esta em seu coração.

1.7.1 Originalidade do educador

O verdadeiro educador não se submete aos conformismos pedagógicos e a mediocridade autoritária das instituições, ele luta contra todas as formas de opressão e manipulação ditada pelos livros didáticos. Pois a sua luta esta alicerçada pela verdade e pelos seus valores.

1.7.2 Coragem e direção 

E é com sua coragem e seu espírito de direção que o educador revolucionário luta pelos seus valores através da sabedoria, da responsabilidade, da liberdade e do comprometimento para com a pessoa humana. Nessa luta ele também se faz homem e não uma maquina ditadora de conteúdos vazios e sem sentido.

1.7.3  O professor e a burocracia

Para Menegolla as idéias e os princípios do educador são superiores a certas opressões administrativas das normas estéreis e improdutivas.

 1.8  Reflexão
  


Meus primeiros Alunos

Certo dia fiquei sabendo que uma professora de meu município estava pedindo licença da sala de aula por três meses. Ela lecionava no terceiro ano do Ensino Fundamental I. Fiquei muito animada com a idéia de conseguir o meu primeiro estagio e, enfim, passar por a experiência de lecionar. Nessa época eu estava passando por muitos problemas e precisava desse estagio para dar continuidade a meus estudos. Corri a prefeitura, e pedir aos governantes uma oportunidade, pois já havia dois semestres que eu estava na Universidade e ainda não tinha conseguido meu primeiro emprego. Nesse dia deparei-me com muitos obstáculos. Ouve o que nunca esperava ouvir em minha vida, foram humilhações e ate ofensas, e quando achava que tudo estava perdido Deus me surpreendeu, então fui chamada para o estagio, porem, pensei ate mesmo em desistir, mas não podia abrir mão da oportunidade que o Senhor estava me dando.

E lá ia eu, toda esperançosa e animada, era meu primeiro emprego, minhas primeiras aulas, meus primeiros alunos. A turma era muito difícil, mas, devido ao tamanho do município, já conhecia alguns dos alunos. Nela há crianças de todos os jeitos, algumas tímidas, outras não muito, algumas inteligentes outras nem tanto, algumas problemáticas outras nem um pouco.



Ao chegar à escola fui recebida com muita hostilidade, os alunos não gostam ou não estavam acostumados a ler e escrever. Eu tentava de todas as maneiras conseguir a atenção desses alunos e aos poucos fui conseguindo.


Meu Deus! Nessa turma havia alunos de 10 e 11 anos que ainda não sabem ler e escrever.
Alguns só querem saber de brincar e brigar. Quando vir que minha metodologia não funcionava percebi que tinha que rever meus planos de aula e elaborar uma nova metodologia de ensino. Então passei a ouvi-los mais, conversávamos sobre varias coisas, de futebol a novelas, e principalmente desenhos. Com isso conseguir fazer com que eles me ouvissem um pouco.



Depois de algum tempo nos aproximamos mais. No dia das crianças a escola preparou uma festa com muitas brincadeiras e comidas, esse dia foi inesquecível, era a primeira vez que eu preparava uma festa desse tipo, gostei muito principalmente de ver a alegria dessas crianças, é algo marcante na vida de uma professora.





Aprendi muito com meus alunos, e apesar de todas as dificuldades que tive, o aprendizado que trago comigo é muito maior e o levarei para o resto de minha vida.

Agradeço a Deus pela oportunidade, a Direção da Escola Rui Barcelar pelo apoio e ajuda a professora Edilza e a cada um dos alunos: Adriele, Alerrandro, Carlos Henrique, Daniel, Débora, Emily, Kauã, Gustavo, Lairton, Michel, Roger, Samuel, Uagner e Willian.
                                                        
Obrigada a Todos

sábado, 8 de outubro de 2011

Feliz dia das Crianças

A Lógica De!

Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado.
Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo seu amiguinho preso, e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim, quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples: - respondeu o velho.
- Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz.

Albert Einstein

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Amigos é sinônimo de Família




Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Albert Einstein

terça-feira, 6 de setembro de 2011

     A literatura de cordel cantada em verso e prosa no território de Irecê


Chegada de Lampião no céu
1
Lampião foi no inferno
Ao depois no céu chegou
São Pedro estava na porta
Lampião então falou:
- Meu velho não tenha medo
Me diga quem é São Pedro
E logo o rifle puxou
Foi dar resposta a Lumbel
2
São Pedro desconfiado
Perguntou ao valentão
Quem é você meu amigo
Que anda com este rojão?
Virgulino respondeu:
- Se não sabe quem sou eu
Vou dizer: sou Lampião.
3
São Pedro se estremeceu
Quase que perdeu o tino
Sabendo que Lampião
Era um terrível assassino
Respondeu balbuciando
O senhor… está… falando…
Com… São Pedro… Virgulino!
4
Faça o favor abra esta porta
Quero falar com o senhor
Um momento meu amigo
Disse o santo faz favor
Esperar aqui um pouquinho
Para olhar o pergaminho
Que é ordem do Criador
5
Se você amou o próximo
De todo o seu coração
O seu nome está escrito
No livro da salvação
Porém se foi um tirano
Meu amigo não lhe engano
Por aqui não fica não
6
Lampião disse está bem
Procure que quero ver
Se acaso não tem aí
O meu nome pode crer
Quero saber o motivo
Pois não sou filho adotivo
Pra que fizeram-me nascer?
7
São Pedro criou coragem
E falou pra Lampião
Tenha calma cavalheiro
Seu nome não está aqui não
Lampião disse é impossível
É uma coisa que acho incrível
Ter perdido a salvação
8
São Pedro disse está bem
Acho melhor dar um fora
Lampião disse meu santo
Só saio daqui agora
Quando ver o meu padrinho
Padre Cícero meu filhinho
Esteve aqui mas foi embora
9
Então eu quero falar
Com a Santa Mãe das Dores
Disse o santo ela não pode
Vir aqui ver seus clamores
Pois ela está resolvendo
Com o filho intercedendo
Em favor dos pecadores
10
Então eu quero falar
Com Jesus crucificado
Disse São Pedro um momento
Que eu vou dar o seu recado
Com pouco o santo chegou
Com doze santos escoltado
11
São Longuinho e São Miguel,
São Jorge, São Simão
São Lucas, São Rafael,
São Luiz, São Julião,
Santo Antônio e São Tomé,
São João e São José
Conduziram Lampião
12
Chegando no gabinete
Do glorioso Jesus
Lampião foi escoltado
Disse o Varão da Cruz
Quem és tu filho perdido
Não estás arrependido
Mesmo no Reino da Luz?
13
Disse o bravo Virgulino
Senhor não fui culpado
Me tornei um cangaceiro
Porque me vi obrigado
Assassinaram meu pai
Minha mãe quase que vai
Inclusive eu coitado
14
Os seus pecados são tantos
Que nada posso fazer
Alma desta natureza
Aqui não pode viver
Pois dentro do Paraíso
É o reinado do riso
Onde só existe prazer
15
Então Jesus nesse instante
Ordenou São Julião
Mais São Miguel e São Lucas
Que levassem Lampião
Pra ele ver a harmonia
Nisto a Virgem Maria
Aparece no salão
16
Aglomerada de anjos
Todos cantando louvores
Lampião disse: meu Deus
Perdoai os meus horrores
Dos meus crimes tão cruéis
Arrependeu-se através
Da Virgem seus esplendores
17
Os anjos cantarolavam
saudando a Virgem e o Rei
Dizendo: no céu no céu
Com minha mãe estarei
Tudo ali maravilhou-se
Lampião ajoelhou-se
Dizendo: Senhora eu sei
18
Que não sou merecedor
De viver aqui agora
Julião, Miguel e Lucas
Disseram vamos embora
Ver os demais apartamentos
Lampião neste momento
Olhou pra Nossa Senhora
19
E disse: Ó Mãe Amantíssima
Dá-me a minha salvação
Chegou nisto o maioral
Com catinga de alcatrão
Dizendo não pode ser
Agora só quero ver
Se é salvo Lampião
20
Respondeu a Virgem Santa
Maria Imaculada
Já falaste com meu Filho?
Vamos não negues nada
– Já ó Mãe Amantíssima
Senhora Gloriosíssima
Sou uma alma condenada
21
Disse a Virgem mãe suprema
Vai-te pra lá Ferrabrás
A alma que eu pôr a mão
Tu com ela nada faz
Arrenegado da Cruz
Na presença de Jesus
Tu não vences, Satanás
22
Vamos meu filho vamos
Sei que fostes desordeiro
Perdeste de Deus a fé
Te fazendo cangaceiro
Mas já que tu viste a luz
Na presença de Jesus
Serás puro e verdadeiro
23
Foi Lampião novamente
Pelos santos escoltado
Na presença de Jesus
Foi Lampião colocado
Acompanhou por detrás
O tal cão de Ferrabrás
De Lúcifer enviado
24
Formou-se logo o júri
Ferrabrás o acusador
Lá no Santo Tribunal
Fez papel de promotor
Jesus fazendo o jurado
Foi a Virgem o advogado
Pelo seu divino amor
25
Levantou-se o promotor
E acusou demonstrando
Os crimes de Lampião
O réu somente escutando
Ouvindo nada dizia
A Santa Virgem Maria
Começou advogando
26
Lampião de fato foi
Bárbaro, cruel, assassino
Mas os crimes praticados
Por seu coração ferino
Escrito no seu caderno
Doze anos de inferno
Chegou hoje o seu destino
27
Disse Ferrabrás: protesto
Trago toda anotação
Lampião fugiu de lá
Em busca de salvação
Assassinou Buscapé
Atirou em Lucifer
Não merece mais perdão
28
Levantou-se Lampião
Por esta forma falou
Buscapé eu só matei
Porque me desrespeitou
E Lucifer é atrevido
Se ele tivesse morrido
A mim falta não deixou
29
Disse Jesus e agora
Deseja voltar à terra
A usar de violência
Matando que só uma fera?
Disse Lampião: Senhor
Sou um pobre pecador
Que a Vossa sentença espera
30
Disse Jesus: Minha mãe
Vou lhe dar a permissão
Pode expulsar Ferrabrás
Porém tem que Lampião
Arrepender-se notório
Ir até o “purgatório”
Alcançar a salvação

31
Ferrabrás ouvindo isto
Não esperou por Miguel
Pediu licença e saiu
Nisto chegou GabrielFerrabrás deu um estouro
Se virou num grande touro  

32
Resta somente saber
O que Lampião já fez
Do purgatório será
O julgamento outra vez
Logo que se for julgado
Farei tudo versejado