A Importância do ato de Ler segundo Paulo Freire

                          A VISÃO DE PAULO FREIRE SOBRE A EJA EM  “A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER “
                          Orientadora: Kátia Cristina Novaes Leite                                                                                                                                                                                            Alunas:  Francisca Silva , Gicélia  Gonçalves,   Jaisse Mendes, Maurelice de Freitas e  Nivercina de Souza                                                   
               Para Paulo Freire aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de tudo, aprender a ler o   mundo,  o  contexto em que o sujeito está inserido e não apenas  uma manipulação mecânica de símbolos.
     É um processo que une linguagem e realidade, fazendo com que a leitura da palavra seja a leitura da “palavramundo”.
     Este livro é de fundamental importância para o alunado  de Letras, uma vez que aborda questões de como mediar o ensino de forma que respeite a existência do aluno, em especial o da EJA, analisando e considerando seus conhecimentos prévios enquanto ser humano. Nele Freire utiliza um método simples, objetivo e bem realista.
A VISÃO DE PAULO FREIRE SOBRE A EJA EM “A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER”

Resenhistas:
Francisca Silva Cruz
Gicélia Gonçalves Machado
Jaisse Mendes de Souza
Maurelice Ferreira de Freitas
Nivercina de Souza Rocha
                     
Professora Orientadora:
Kátia Cristina Novaes Leite

                                                                                        
                                                                                                                                                                                             
Em seu livro “A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam”, Paulo Freire apresenta um princípio político-pedagógico, que através da mediação docente tende a provocar o alfabetizando a pensar, perguntar, buscar respostas e avançar no conhecimento do sistema escrito. Ele acredita que para o educador alcançar esse objetivo é preciso que ele tenha uma formação adequada dentro dos princípios político-pedagógicos. Para ele, essa formação tem como objetivo levar o educador a reconhecer e reafirmar as diversidades existentes em uma sala de EJA, e que o educador consiga assumir o caráter público da educação, reconceituando a educação de jovens e adultos como sendo um processo permanente de aprendizagem.

O que Paulo Freire afirma em sua obra é que o ato educativo deve ser sempre um ato de recriação, de ressignificação de significados. Nesse processo surgem os temas geradores extraídos da problematização da prática de vida do alfabetizando. Com o método freiriano o educador, através de uma formação contínua, passará a usar uma linguagem simples e que esteja relacionada à vida do educando, respeitando assim, suas ideologias adquiridas ao longo de suas vidas, pois cada um deles possuem experiências distintas e que devem ser conhecidas e respeitadas. O método de Freire parte do princípio de que devemos valorizar o conhecimento de mundo dos alunos, pois segundo ele é preciso construir um conhecimento que parta da realidade vivida pelo alfabetizando e que busque transformá-la. Nesse sentido, o papel da educação e, conseqüentemente do educador, seria conscientizar, motivar e impulsionar a ação transformadora.

Para Freire, é no processo de leitura e de escrita que o alfabetizando aprimora seu conhecimento, porém esse processo não é contínuo e nele o alfabetizando utiliza os conhecimentos assimilados com as perguntas e respostas que possuem. Segundo ele o aluno da EJA ao tentar compreender o que a escrita representa e como ela representa, formula hipóteses explicativas para suas dúvidas. O alfabetizando compreende que a escrita representa a fala e que há um sistema, uma organização própria para escrever, e à medida que ele  encontra  respostas para suas perguntas,  constrói o conhecimento da escrita e da leitura.

Nesse livro Paulo Freire afirma também que o educador precisa “ir lendo” cada vez melhor a leitura do mundo, pois para ele a leitura do mundo precede a leitura das palavras. Ele acredita que a leitura do mundo ganha relevância tanto quanto passo fundamental do seu método, quanto como caminho para construir a “prática de pensar a prática”. E para que se desenvolva essa prática de pensar no alfabetizando, os textos devem ser propostos a curiosidade do mesmo de uma maneira dinâmica e viva. Esses textos devem ser entendidos como objetos a serem desvelados e não como algo parado. Sendo assim, os alunos não teriam que memorizar mecanicamente a descrição do objeto, mas aprender sua significação.

Segundo Freire o aprendizado da leitura e da escrita envolve o aprendizado da leitura da realidade através da analise correta da prática social.
Segundo ele é com o conhecimento dos princípios sócio-construtivistas e dos níveis de concepção do sistema escrito que o educador, numa dialética prática-teórica, poderá acompanhar a aprendizagem do aluno enquanto ele realiza suas escritas e leituras espontâneas, é a partir daí que o educador faz suas intervenções pedagógicas nos momentos necessários, fundamentado no apoio científico. Para Freire, a alfabetização é a criação ou a montagem da expressão oral na escrita e essa montagem não pode ser feita pelo educador para ou sobre o educando, mas com o educando.

 O que o Método freiriano propõe para o ato de ensino da leitura é que a palavra ensinada venha do universo vocabular do alfabetizando e que expresse sua real linguagem, os seus anseios, as suas inquietações, as suas reivindicações e os seus sonhos. Que eles sejam carregados de significação de sua experiência existencial.

O Legado de Freire aos alunos de Licenciatura em Letras

Este livro, como outros do Mestre Paulo Freire, é de fundamental importância para o alunado do curso de Letras, uma vez que aborda questões de como mediar o ensino de forma que respeite a existência do aluno, em especial o da EJA, isto é, que analise e respeite seus conhecimentos prévios enquanto ser humano. Freire utiliza um método simples, objetivo e bem realista.

O Educador Paulo Freire, considerado o maior educador brasileiro, nasceu em 1921 em Recife, Pernambuco. Formou-se em direito, mas preferiu o magistério como carreira profissional. Em 1963, realizou em Angicos (RN), um programa que alfabetizou 300 pessoas em um mês. No ano seguinte coordenou o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Autor de vários livros sobre educação: Pedagogia do Oprimido (1968), Pedagogia da Autonomia (1996), Pedagogia da Indignação (2000), Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido, dentre outros.

Em 1961 realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire.

Foi pensando no quadro da educação no país, em especial a educação de jovens e adultos, e  na educação como um ato político e libertador, que Paulo Freire formulou uma teoria do conhecimento que ficou conhecida como Método Paulo Freire. Dentro desse Método destacam-se dois princípios básicos: O primeiro diz respeito à politicidade do ato educativo que parte de uma construção e reconstrução da realidade do educando. E o segundo diz respeito à dialogicidade do ato educativo, pois para ele a educação amplia a visão de mundo do educando, e para isso é necessário a mediação do diálogo. Freire buscou não apenas uma mudança no sistema educacional, mas uma luta pela superação da opressão e das desigualdades sociais. E para que essa mudança ocorra é preciso estudar a realidade do educando, organizando os dados coletados em suas falas para serem usados no processo de alfabetização de adultos. As idéias pedagógicas de Freire se formaram da observação da cultura, em particular o uso da linguagem dos alunos e do papel elitista da escola.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS







Freire, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. 49. ed. São Paulo, Ed. Cortez, 2008.

Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1987.

Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. ed. São Paulo, Ed. Paz e Terra, 1996.