terça-feira, 15 de maio de 2012

PSICOLOGIAS – UMA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PSICOLOGIA

                                          ANA M. B. BOCK, ODAIR FURTADO E MARIA DE L. T. TEIXEIRA
CAPÍTULO 2 - A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA

RESENHISTAS – GICÉLIA GONCALVES
                 JAISSE MENDES    

PROFESSORA ORIENTADORA– PATRÍCIA JÚLIA

Segundo os autores o homem, durante toda a sua vida, produz história, desde as atitudes mais simples até as mais complexas invenções, um longo processo histórico se constrói e se modifica ao longo das gerações. E assim, por ser dotado de racionalidade, capacidade inexistente em outros seres vivos, o homem, a medida que constrói a sua história, também a estuda, a examina e, junto com a construção humana, as Ciências que a estudam, a exemplo da Filosofia e da Psicologia, também evoluem dando conta de explicar ou tentar explicar a verdade sobre todas as coisas. Sendo assim estuda-se o processo histórico de todos os acontecimentos para que se entenda o passado e se modifique o futuro.
Para eles foi com o desenvolvimento do homem, ao longo de milênios, que se descobriu que ele, pela sua enorme complexidade, poderia ser dotado de corpo e alma, do imaterial em contraposto ao material e que se precisava de algumas ciências que o explicasse. Com isso pode se explicar assim o surgimento da Psicologia, ciência esta surgida da necessidade de estudar-se a alma dos humanos, a parte que o faz dotado de emoções e o separa da razão. Surgida acerca de dois milênios na forma de Psicologia Filosófica, visto que foram os filósofos gregos, primeiro os pré-socráticos, depois Sócrates, Platão e Aristóteles que deram os primeiros passos na busca da divisão do homem em corpo e alma. Eles acreditam que o grande desenvolvimento da Grécia antiga os obrigou a buscarem novos avanços na astronomia, arquitetura, agricultura, física e geometria e também na certeza de que o homem, a partir daquele estágio de desenvolvimento, já precisava estudar o espírito. Assim, tenta-se então sistematizar a Psicologia e cria-se a definição da palavra como sendo o “estudo da alma”. Essa ciência passaria a estudar então aquilo que é considerado imaterial no homem, a exemplo do amor, do ódio, do pensamento, das suas tristezas e angústias. Começa então o embate entre os filósofos idealistas – que defendiam que todas as coisas partem das idéias de quem as vê – e dos materialistas – que acreditavam que tudo já existe independente da idéia de quem vê. Questões como mortalidade e imortalidade da alma foram discutidas, escritas e reescritas pelos filósofos gregos, criando-se teorias antagônicas como a platônica e a aristotélica.
         Para os autores é com o surgimento deste gigantesco Império Romano e com o advento do Cristianismo, que surge a Psicologia como ciência, levando-a a ser explicado sob a ótica da Igreja, do sagrado. Sendo deste período Santo Agostinho e São Tomás de Aquino que, aproveitando os preceitos da Antiguidade Grega, trataram de estabelecer clara separação entre corpo e alma, dizendo, segundo a Igreja, que esta pertencia a Deus.
          Segundo eles foi com a chegada do Renascimento que o Homem voltou a ocupar posição central no mundo, lugar ocupado por Deus segundo os preceitos da Igreja. É também, de acordo com os autores, a fase das grandes invenções e dos grandes homens, a exemplo de Leonardo da Vinci, Galileu, Copérnico, Dante e René Descartes. Agora o Homem vê o progresso e o desenvolvimento do Mercantilismo e o advento do Capitalismo passando por grande transformação social. Estudando-se então, com afinco, a distinção entre corpo e alma, dando-se extremado valor à segunda, sem a qual o homem passaria a apenas vegetar, como disse Descartes: “o corpo desprovido do espírito é apenas uma máquina”.
Para eles o crescimento do capitalismo trouxe consigo o processo de industrialização, o qual a ciência deveria dar respostas e soluções práticas. Isso impulsionou o desenvolvimento da Psicologia. Esse avanço é explicado através de características da sociedade feudal e capitalista emergente, como sendo responsável pelas mudanças que marcaram a história da humanidade. Segundo os autores a relação do senhor e do servo era típica de uma economia fechada, na qual era estabelecida uma hierarquia rígida, não havendo mobilidade social, predominando a visão de um universo estático. Nesse mundo o homem tinha seu lugar social definido a partir do nascimento. Submetendo a razão à fé como garantia de centralização do poder. Para isso o capitalismo buscou novas matérias-primas na Natureza; criou necessidades; contratou trabalhadores, isso pôs o mundo em movimento, tirando o homem do centro do universo e colocando o Sol em seu lugar. Isso levou o homem a questionar os dogmas da Igreja e a construírem novas formas de produzir conhecimento que não era mais estabelecido pelos dogmas religiosos. Segundo os autores foi nesse período que surgiram homens como Hegel, Darwin e Augusto Comte o qual iniciou o Positivismo, o inglês Edward B. Titchner e o americano William James.
            De acordo com os autores foi em meados do século 19 que os problemas e temas da Psicologia, antes estudados pelos filósofos, passam a ser investigados pela Fisiologia e pela Neurofisiologia. Pois acreditavam que para se conhecer o psiquismo humano era necessário compreender os mecanismos e o funcionamento do cérebro. E isso só seria possível com a ajuda dessas ciências. Foi, segundo eles, por volta de 1846, que a Neurologia descobre que a doença mental é fruto da ação direta ou indireta de diversos fatores sobre as células cerebrais. E a Neuroanatomia descobre que a atividade motora nem sempre está ligada à consciência, pois não estão na dependência dos centros cerebrais superiores.
            Segundo os autores foi em 1860, que se formulou a Lei de Fechner-Weber, que estabelece a relação entre estímulo e sensação, instaurando a possibilidade de medida do fenômeno psicológico. Para eles os fenômenos psicológicos vão adquirindo status de científicos, porque, para a ciência da época, o que não era mensurável não era passível de estudo científico. Eles nos trazem também, outra importante contribuição para Psicologia científica é a de Wilhelm Wundt (1832-1926) que é considerado o pai da Psicologia moderna ou científica. Wundt desenvolveu na Universidade de Leipzig, na Alemanha, a concepção do paralelismo psicofísico, segundo a qual aos fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos. Isso através de um método denominado introspeccionismo. A pesar de ter nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que esta ciência encontra campo para um rápido crescimento. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, como o Funcionalismo, de William James (1842-1910), o Estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927) e o Associacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949). Estas três tendências teóricas são consideradas, neste século, como sendo o Behaviorismo ou Teoria (S-R) (do inglês Stimuli-Respond — Estímulo- Resposta), a Gestalt e a Psicanálise.
Para eles o Funcionalismo é considerado como a primeira sistematização genuinamente americana de conhecimentos em Psicologia. O Estruturalismo está preocupado com a compreensão do mesmo fenômeno que o Funcionalismo: a consciência. Foi Titchner, quem primeiro usou o termo de estruturalismo para diferenciá-la do Funcionalismo.
Os autores definem Edward L. Thorndike como o principal representante do Associacionismo, sendo ele o responsável por formular a teoria de aprendizagem na Psicologia e a Lei do Efeito. Para esta, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato etc.) tende a se repetir. O termo Associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação das idéias — das mais simples às mais complexas. O Behaviorismo nasce com Watson e desenvolve-se nos Estados Unidos, A Gestalt, que tem seu berço na Europa, e postula a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. A Psicanálise nasce com Freud, na Áustria tendo como objeto de estudo o inconsciente.

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