CAPÍTULO 2 - A EVOLUÇÃO DA
CIÊNCIA PSICOLÓGICA
RESENHISTAS – GICÉLIA
GONCALVES
JAISSE MENDES
PROFESSORA ORIENTADORA–
PATRÍCIA JÚLIA
Segundo os autores o homem, durante
toda a sua vida, produz história, desde as atitudes mais simples até as mais
complexas invenções, um longo processo histórico se constrói e se modifica ao
longo das gerações. E assim, por ser dotado de racionalidade, capacidade
inexistente em outros seres vivos, o homem, a medida que constrói a sua
história, também a estuda, a examina e, junto com a construção humana, as
Ciências que a estudam, a exemplo da Filosofia e da Psicologia, também evoluem
dando conta de explicar ou tentar explicar a verdade sobre todas as coisas.
Sendo assim estuda-se o processo histórico de todos os acontecimentos para que
se entenda o passado e se modifique o futuro.
Para eles foi com o desenvolvimento
do homem, ao longo de milênios, que se descobriu que ele, pela sua enorme
complexidade, poderia ser dotado de corpo e alma, do imaterial em contraposto
ao material e que se precisava de algumas ciências que o explicasse. Com isso pode
se explicar assim o surgimento da Psicologia, ciência esta surgida da
necessidade de estudar-se a alma dos humanos, a parte que o faz dotado de
emoções e o separa da razão. Surgida acerca de dois milênios na forma de
Psicologia Filosófica, visto que foram os filósofos gregos, primeiro os
pré-socráticos, depois Sócrates, Platão e Aristóteles que deram os primeiros passos
na busca da divisão do homem em corpo e alma. Eles acreditam que o grande desenvolvimento
da Grécia antiga os obrigou a buscarem novos avanços na astronomia,
arquitetura, agricultura, física e geometria e também na certeza de que o
homem, a partir daquele estágio de desenvolvimento, já precisava estudar o
espírito. Assim, tenta-se então sistematizar a Psicologia e cria-se a definição
da palavra como sendo o “estudo da alma”. Essa ciência passaria a estudar então
aquilo que é considerado imaterial no homem, a exemplo do amor, do ódio, do
pensamento, das suas tristezas e angústias. Começa então o embate entre os
filósofos idealistas – que defendiam que todas as coisas partem das idéias de
quem as vê – e dos materialistas – que acreditavam que tudo já existe
independente da idéia de quem vê. Questões como mortalidade e imortalidade da
alma foram discutidas, escritas e reescritas pelos filósofos gregos, criando-se
teorias antagônicas como a platônica e a aristotélica.
Para os autores é com o surgimento deste gigantesco Império Romano e com
o advento do Cristianismo, que surge a Psicologia como ciência, levando-a a ser
explicado sob a ótica da Igreja, do sagrado. Sendo deste período Santo
Agostinho e São Tomás de Aquino que, aproveitando os preceitos da Antiguidade
Grega, trataram de estabelecer clara separação entre corpo e alma, dizendo,
segundo a Igreja, que esta pertencia a Deus.
Segundo eles foi com a chegada do Renascimento que o Homem voltou a
ocupar posição central no mundo, lugar ocupado por Deus segundo os preceitos da
Igreja. É também, de acordo com os autores, a fase das grandes invenções e dos
grandes homens, a exemplo de Leonardo da Vinci, Galileu, Copérnico, Dante e
René Descartes. Agora o Homem vê o progresso e o desenvolvimento do
Mercantilismo e o advento do Capitalismo passando por grande transformação
social. Estudando-se então, com afinco, a distinção entre corpo e alma,
dando-se extremado valor à segunda, sem a qual o homem passaria a apenas
vegetar, como disse Descartes: “o corpo desprovido do espírito é apenas uma
máquina”.
Para eles o crescimento do capitalismo trouxe
consigo o processo de industrialização, o qual a ciência deveria dar respostas
e soluções práticas. Isso impulsionou o desenvolvimento da Psicologia. Esse
avanço é explicado através de características da sociedade feudal e capitalista
emergente, como sendo responsável pelas mudanças que marcaram a história da humanidade.
Segundo os autores a relação do senhor e do servo era típica de uma economia
fechada, na qual era estabelecida uma hierarquia rígida, não havendo mobilidade
social, predominando a visão de um universo estático. Nesse mundo o homem tinha
seu lugar social definido a partir do nascimento. Submetendo a razão à fé como
garantia de centralização do poder. Para isso o capitalismo buscou novas
matérias-primas na Natureza; criou necessidades; contratou trabalhadores, isso pôs
o mundo em movimento, tirando o homem do centro do universo e colocando o Sol
em seu lugar. Isso levou o homem a questionar os dogmas da Igreja e a construírem
novas formas de produzir conhecimento que não era mais estabelecido pelos
dogmas religiosos. Segundo os autores foi nesse período que surgiram homens
como Hegel, Darwin e Augusto Comte o qual iniciou o Positivismo, o inglês
Edward B. Titchner e o americano William James.
De acordo com os autores foi em meados
do século 19 que os problemas e temas da Psicologia, antes estudados pelos
filósofos, passam a ser investigados pela Fisiologia e pela Neurofisiologia. Pois
acreditavam que para se conhecer o psiquismo humano era necessário compreender
os mecanismos e o funcionamento do cérebro. E isso só seria possível com a
ajuda dessas ciências. Foi, segundo eles, por volta de 1846, que a Neurologia
descobre que a doença mental é fruto da ação direta ou indireta de diversos
fatores sobre as células cerebrais. E a Neuroanatomia descobre que a atividade
motora nem sempre está ligada à consciência, pois não estão na dependência dos
centros cerebrais superiores.
Segundo os autores foi em 1860, que
se formulou a Lei de Fechner-Weber, que estabelece a relação entre estímulo e
sensação, instaurando a possibilidade de medida do fenômeno psicológico. Para eles
os fenômenos psicológicos vão adquirindo status de científicos, porque,
para a ciência da época, o que não era mensurável não era passível de estudo
científico. Eles nos trazem também, outra importante contribuição para Psicologia
científica é a de Wilhelm Wundt (1832-1926) que é considerado o pai da
Psicologia moderna ou científica. Wundt desenvolveu na Universidade de Leipzig,
na Alemanha, a concepção do paralelismo psicofísico, segundo a qual aos
fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos. Isso através de um
método denominado introspeccionismo. A pesar de ter nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que esta
ciência encontra campo para um rápido crescimento. É ali que surgem as
primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, como o Funcionalismo, de
William James (1842-1910), o Estruturalismo, de Edward Titchner
(1867-1927) e o Associacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949).
Estas três tendências teóricas são consideradas, neste século, como
sendo o Behaviorismo ou Teoria (S-R) (do inglês Stimuli-Respond
— Estímulo- Resposta), a Gestalt e a Psicanálise.
Para eles o Funcionalismo é considerado
como a primeira sistematização genuinamente americana de conhecimentos em
Psicologia. O Estruturalismo está
preocupado com a compreensão do mesmo fenômeno que o Funcionalismo: a
consciência. Foi Titchner, quem primeiro usou o termo de estruturalismo para diferenciá-la
do Funcionalismo.
Os autores definem Edward L. Thorndike
como o principal representante do Associacionismo, sendo
ele o responsável por formular a teoria de aprendizagem na Psicologia e a Lei
do Efeito. Para esta, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um
pombo, um rato etc.) tende a se repetir. O termo Associacionismo
origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de
associação das idéias — das mais simples às mais complexas. O Behaviorismo
nasce com Watson e desenvolve-se
nos Estados Unidos, A Gestalt, que tem seu berço na Europa, e
postula a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. A Psicanálise nasce com Freud, na Áustria tendo como objeto de estudo o
inconsciente.
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